segunda-feira, 21 de junho de 2010

O bem e o mal


Ontem foi meu aniversário, muitas coisas boas aconteceram e algumas ruins também, o bem e o mal estiveram presentes neste dia que é sempre marcante, mas preferi terminar o dia lembrando das coisas boas que aconteceram, a presença de alguns de meus irmãos no delicioso almoço oferecido pela nossa mãe e a própria presença de dona Ignez ainda em minha vida e ainda se esforçando com tudo que tem para me ver feliz, sem nunca pedir nada em troca.
Ganhei alguns presentes, vi o Brasil jogar bem e apesar de não ter acontecido nada de muito impressionante o dia terminou bem e produzi algumas coisas ao mesmo tempo em que recebia o carinho de muitos amigos, alguns que eu nem lembrava mais.
Mas foi hoje de manhã que ganhei um presente inesperado, no texto diário enviado pelo Professor Sigmar Sabin e com a colaboração de uma de suas leitoras, que assumiu o ensinamento do texto de hoje, com uma história que eu já tinha lido, mas nunca prestei a devida atenção, não vou repetir o texto de Anna Paula, mas vou conta-lo com a minha interpretação.
Este texto circula na internet em diversas versões, inclusive em algumas se alterna o mesmo personagem, mas a versão de Anna Paula me tocou melhor, portanto vou segui-la, mas com minhas palavras.
Reza a lenda que...
Leonardo da Vinci estava pintando o seu famoso quadro "A última ceia" e tentava encontrar as expressões adequadas para Jesus e para Judas, que em sua concepção deveriam representar, respectivamente o bem e o mal.
Um dia, andando pela cidade encontrou um mendigo, com uma expressão tal que entendeu que era a que desejava para Judas.
Chamou seus ajudantes, que levaram o mendigo a seu estúdio e lá captou os traços que considerava perfeitos para representar o mal. Ao final do trabalho deu algumas moedas ao mendigo e lhe falou alguma coisa sobre tentar melhorar de vida, esquecendo-se do assunto.
Faltava ainda o modelo para representar Jesus e um dia Da Vinci encontrou os traços perfeitos em um rapaz que cantava no coro da igreja, chamou o rapaz para servir de modelo e ao final da sessão o rapaz afirmou que já tinha visto aquele quadro antes e isso surpreendeu Da Vinci, já que o quadro não era ainda público.
Ao perguntar ao rapaz quando foi que viu o quadro, descobriu que ele era o mesmo mendigo que tinha servido de modelo para o Judas, o rapaz informou que depois de ter participado da pintura sentiu uma iluminação interior que o fez procurar mudar de vida.
Esta história circula em diversas versões, em algumas o que acontece é o contrário, Da Vinci primeiro pinta Jesus e depois o homem se transforma em mendigo.
Provavelmente nem uma versão e nem a outra são realidade, Leonardo Da Vinci é cheio de mistérios e certamente era capaz de encontrar as expressões de seu quadro sem necessidade de modelos, mas não é isso que realmente importa e sim a lição que podemos tirar destas histórias.
O bem o o mal podem perfeitamente ser faces da mesma moeda, tudo depende de como olhamos, ou de como nos comportamos.
A história do mendigo é certamente a melhor versão que podemos observar, uma vez que uma pessoa chega a esta situação justamente porque a sociedade prefere ignorar sua existência e já comentei mais de uma vez em meus escritos que em uma pesquisa que realizei com moradores de rua - há muitos anos atrás - lhes fiz uma pergunta cuja resposta me marcou para o resto da vida, perguntava o que lhes faltava e a resposta mais dada foi: atenção.
Não importa se Da Vinci deu atenção ao mendigo para satisfazer uma necessidade, pois de qualquer forma permitiu que ele participasse de um momento histórico, lhe deu dinheiro por algo que seria um trabalho e não por esmola e se lhe disse palavras, certamente não foram quaisquer palavras, mas algo capaz de despertar o homem de bem que estava encarcerado naquele momento.
Da mesma forma, se entendermos a história em que o modelo para Jesus se transforma em mendigo, teríamos que entender que após passar por um momento ilustre a pessoa se perdeu...  certamente a outra versão é mais interessante.
Observando o quadro, que tem cópias muito diferentes entre si, disponíveis na Internet é possível ver que tanto Judas quanto Jesus não tem qualquer similaridade, mesmo porque Judas está de lado e Jesus um pouco de frente (em algumas reproduções com o rosto invertido).
Como não posso indicar o quadro certo, vou escolher um deles e destacar as imagens, mas a lição continua a ser uma só.
Bem e mal estão sempre presentes e é como olhamos para uma situação que define o que ela nos parece.

Tenham um bom dia.

Obs: A imagem que está logo no início do post foi baixada na Internet e a ela foram acrescentados dois estudos que tirei de outra fonte, onde as imagens de Jesus e de Judas estão na melhor resolução que pude conseguir. Nota-se que não há muita semelhança entre os modelos mas a estão em posições bem diferentes e não é possível analisar com muita precisão, fica a imagem apenas como curiosidade.


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